Então finalmente acontece, você se sente animado, com energia, vontade de desbravar o desconhecido e finalmente aprender uma habilidade nova, você esperou por essa vontade por dias e finalmente ela esta logo ali!!! Então o programa é aberto, ele carrega e uma PAREDE DE ICONES SELVAGEM APARECE!!!
Parece complicado e é! E depois de horas de vídeos tutoriais e várias tentativas e erros você pensa em tentar de novo no dia seguinte, eis que então......não lembra de mais merda nenhuma do programa, então pensa
-ah, amanhã eu vejo isso
/última vez aberto a 32158151 dias atrás/
Heh, brincadeiras a parte eu sou bastante assim, me perco demais em softwares extremamente complexos, veja bem, eu gosto de aprender e de coisas complicadas geralmente, mas raramente eu realmente consegui aprender um novo software muito complexo, isso tem a ver com ansiedade? Muito provavelmente, mas eu não sou psicólogo pra garantir nada aqui, o que eu posso fazer e irei fazer nas próximas linhas é, compartilhar como eu contornei essa pedra no meu caminho eliminando a complexidade toda e trazendo a boa e velha LIMITAÇÃO, separarei aqui por 4 temas que eu gosto de estudar e as mutretagem que eu fiz pra aprender, que são: Pixel Art, 3D, Música e Jogos.
Então venha comigo nessa grande jornada de não enlouquecer no meio de tantas possibilidades!
PIXEL ART
Bem, como podem ver aqui esse site tem uma aba só para isso então é algo que eu gosto muito de fazer hehehe. Mas nem sempre foi assim, comecei como muita gente provavelmente a fazer pixel art a MUITOS anos atras no incrível MS paint. Mentira, a real é que eu nem sabia o que era pixel art mas adorava pegar os sprites do jogo Little Fighters 2 ou Pokemon e modificar os personagens e criar alguns novos juntando eles, mas foi algo que larguei de mão bem rapidamente e voltei a fazer só no Photoshop quando aproveitei pra fazer algumas pixel arts de cenas noturnas, mas como o PS sempre tinha muitas opções eu desviava demais do princípio básico da pixel art que é CADA PIXEL IMPORTA, então no final muita coisa ficava irreconhecível ou com muito pouco contraste.
Eis que um tempo depois uma interface muito simples e bem estilizada me chamou muito atenção, desde então eu não abandonei o grande Aseprite para fazer meus desenhos de bloquinhos, sim, ele é limitado, sim tem outros que fazem mais coisas e etc., mas esse é o ponto (trocadilhos a parte) a limitação, não vou entrar agora no assunto de que a pixel art que conhecemos hoje em dia não tem nada a ver dos que eram feitos para aparecer nas antigas tv de CRT, mas a limitação é que faz a magia da pixel, onde um ponto em um lugar pode ser um olho, ou uma boca, ou somente um ponto, essa limitação foi ótima pra mim, eu só abro o arquivo, escolho uma paleta legal ou crio uma de no máximo 4 cores e desenho até os pixels começarem a fazer sentido! Sim, devagar as vezes, mas o simples fato de virar um empurrador de blocos me traz muito mais vontade de fazer minhas pixel art do que pensar nos vários modos de mesclagens e cores que posso usar em outras ferramentas mais “complexas”.
3D
Esse tema sempre foi complicado pra mim, a primeira vez que mexi em algum software de 3D foi a alguns anos e desisti muito rápido. Eis que, por causa da faculdade que estou fazendo me vi obrigado a fazer 3D para algumas matérias, principalmente usando o Blender, e rapaz, a interface, opções e atalhos dele assuntam meus sonhos até hoje, É MUITO OPÇÃO, é muito atalho, é muito coisa! Por mais que eu me entenda com ele se eu passo 3 dias sem usar já esqueci metade do processo, muito raramente chego em algum resultado satisfatório, e isso não é uma critica a plataforma, é só a forma que minha cabeça funciona.
Por causa dessa frustração comecei a procurar referencias, eu sempre adorei mais o estilo low poly, como de jogos como Megaman Legends ou DR Slump de PS1, eu adoro esses gráficos, simples e bem quadrados. E nessa que eu encontrei o famigerado Blockbench e a primeira modelagem eu já era uma pessoa totalmente feliz, ele não tem mais que 6 ferramentas e isso foi perfeito pra mim, eu consegui fazer nele um misero pote em ¼ do tempo que precisei sequer pra aprender os outros softwares! Claro, ele não tem DIVERSAS opções que os outros oferecem, iluminação, textura e sei la mais o que, mas o ponto é, eu não preciso disso, eu só preciso dos meus quadradinhos e modelos “feios” da época do PS1 e fico muito feliz com isso.
MÚSICA
A partir daqui a gente vai entrar em áreas que eu não sou tão familiar (como se eu fosse com 3D....) mas não, nunca fui músico, nunca soube tocar nada, na verdade eu sabia só tocar músicas do Scott Pilgrim e punk em um baixo, ou seja, eu não sabia tocar nada XD
Mas isso nunca me impediu de gostar de música e eu gosto muito, sempre tentei fazer algo, seja em aplicativo de celular ou os mais profissionais tipo o FL Studio, e rapaz, como esses aplicativos são complicados pra quem não entende nada disso. Eu juro que tentei, diversas vezes, começando do mais básico, ou tentando fazer alguns samples com músicas que gosto e tudo ficava incrivelmente horrível. Até que eu decidi comprar uma Kalimba (vulgo um dos instrumentos mais depressivos que existem) e incrivelmente eu consigo tocar algo nela, principalmente a música da tempestade de Zelda que eu tenho vontade de tocar todo dia que o sol está extremamente forte.
Eu já estava quase desistindo de tentar fazer algumas musiquinhas até que me deparei com o simples e charmoso programa de web chamado BeepBox e nossa como isso foi feito para pessoas burras que nem eu, ele é simples, MEGA limitado e melhor de tudo, ele é intuitivo. Depois de algumas horas tentando eu consegui fazer vários sons de fundos para meus protótipos de jogos ou ceninhas animadas, veja bem, eu não sou nenhum músico e nunca vou virar, mas pra uma pessoa como eu fazer duas notas se conversarem é algo pra comemorar!
PROGRAMAÇÃO
E aqui entramos no matagal que eu mais tenho medo, mas o que eu mais queria conhecer, eu sou horrível com logica de programação ok, uma ameba basicamente, não tenho nem dois neurônios pra isso, e rapaz, como eu tentei. Por causa da faculdade eu preciso fazer vários projetos na Unity, por mais que eu sempre consiga um resultado final (muitas vezes não bom), nunca sinto que entendi ele, muito menos me sinto a vontade nas linhas de código, isso sem dizer que meu notebook é uma batata e trava demais, cada clique em um asset é uma tela de carregamento diferente ʕ ´•̥̥̥ ᴥ•̥̥̥`ʔ
Eu acho que já deu pra perceber aqui que eu gosto de coisa velha, então não seria muita surpresa eu ter esbarrado em algum momento no GB Studio!
-ah, mas era muito difícil programar para o game boy!
E você não está errado! Eu nunca quis estar na pele de nenhum desses programadores (meus parabéns a todos os envolvidos) mas o GB Studio é muito mais simples e como todas as dicas dessa lista, LIMITADO, mas ainda sim na limitação dele eu acho incrível as alternativas que os programadores estão encontrando para utilizar esse programa, eu já cheguei a ver até jogo de ritmo! Algo que eu nunca imaginaria em um Game Boy e limitação é uma palavra aqui, seja na paleta de cores, na quantidade de tilesets, nos sprites, nas músicas, tudo! Eu até joguei um projeto inteiro fora porque eu desenhei todos os sprites com 4 cores e esqueci que o transparente é considerado uma cor! Mas isso não me desanimou nem um pouco porque isso aconteceu só porque eu não prestei atenção e já estou com outro projeto engatado
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Enfim, eu sei que para muitas pessoas é muito fácil aprender esses softwares que eu sofri demais, mas espero que esse texto chegue para pessoas que não se dão bem com uma complexidade muito grande e acabam desistindo de criar algo por isso.
A limitação tem um lado incrível, ela testa a sua criatividade de uma maneira muito forte, não à toa todos nós crescemos com obras incríveis que talvez só tenham surgido graças as limitações impostas na época, não estou dizendo que você deva abandonar a complexidade ou algo do tipo, faça o que funciona para você, desde que não pare de criar!
Nossa! Eu escrevi demais hoje! Mas isso é um assunto que vem surgindo na minha cabeça a um tempo já e precisava falar disso e vai que isso ajude alguém, nunca se sabe, então continuem seus projetos e não tenham medo das infinitas (ou finitas) possibilidades
ʕノ•ᴥ•ʔノ*:・゚
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